"Bodas de barro" ou "Bodas de papoula"
Parabéns pelas "Bodas de barro" ou "Bodas de papoula".
“Ó povo de Israel, por acaso não posso fazer com vocês a mesma coisa que este oleiro fez com o barro?”, pergunta o Senhor. 'Como o barro está nas mãos do oleiro, assim vocês estão na minha mão, ó casa de Israel.'” (Jr 18:6 )
Biblicamente, no tocante ao barro, o oleiro representa o nosso Deus misericordioso, paciente, e poderoso para ir moldando as nossas imperfeições. O barro em sua mão se torna um vaso perfeito, sem defeitos. É isto o que Deus faz conosco: aperfeiçoa-nos como seus filhos para toda boa obra e todo bom relacionamento interpessoal.
No tocante à papoula (ou dormideira), por estar fortemente ligada ao ópio, alguns a associam à sonolência espiritual, i.e., um dormir na fé, que pode levar à indiferença às coisas concernentes a Deus e, consequentemente, ao desconhecimento delas como sua justiça, verdade, misericórdia etc. O afastamento de Deus pode ocasionar o sono da morte - morte da fé, morte da esperança, morte do ministério cristão, morte da cumplicidade conjugal pura e santa etc.
Por serem muito delicadas, as pétalas das papoulas logo caem; isso remete à noção de fraqueza por não ser capaz de resistir ás mundanidades, às efemeridades das emoções e dos sentimentos, às falsas paixões, que acabam se sobrelevando ao verdadeiro amor conforme ensinado por Jesus. Como está escrito:
"As sementes que caíram na beira do caminho são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém o Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e não sejam salvas. As sementes que caíram onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a recebem com muita alegria. Elas não têm raízes e por isso creem somente por algum tempo; e, quando chega a tentação, abandonam tudo. As sementes que caíram no meio dos espinhos são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém as preocupações, as riquezas e os prazeres desta vida aumentam e sufocam essas pessoas. Por isso os frutos que elas produzem nunca amadurecem." (Lc 8:12-14)
Embriagados pela seiva da papoula, o casal pode se deixar levar pela euforia dos prazeres sociais, e mesmo culturais, sofrendo uma sonolência profunda repleta de alucinações sensoriais e mentais - aquelas que enchem os olhos, os ouvidos, o coração; enfim, enchem de engano para o fim todo o corpo e seus elementos constitutivos.
Essas características da papoula acabam apagando, não a sua beleza, mas a boa inspiração que ela pode proporcionar àquele que a olha. Contudo, se alguém possui a sabedoria que vem de Deus para contemplá-la sem se deixar contaminar pelo seu ópio, será abençoado com a alegria verdadeira que produz frutos a cem por um. Como está escrito: "Por que o mestre de vocês come com publicanos e pecadores?" (Mt 9:11). Jesus se sentou à mesa com pecadores, a fim de os salvar, mas não se tornou um pecador.
Desejo a todos os casais que completam oito anos de casados que possam ser como o barro que é mole na sua constituição primária, mas sólido em sua formação final, ou seja flexível e, ao mesmo tempo, firme em seus posicionamentos mediante a autoridade com sabedoria e prudência dadas por Deus a cada em seu relacionamento conjugal. Igualmente, que possam desfrutar da boa parte da papoula revelada em sua beleza que inspira bons sentimentos e boas emoções livres de enganos mentais, materiais, morais e espirituais.
Enfim, que o casal seja abençoado por Deus e se torne como o cordão de três dobras que não se rompe pelas ilusões do mundo: esposo, esposa e o Marido dos dois que é Deus (Is 54:5); o casal é a Noiva de Cristo. Como está escrito:
"Uma pessoa sozinha corre o risco de ser atacada e vencida, mas duas pessoas juntas podem se defender melhor. Se houver três, melhor ainda, pois uma corda de três cordões é difícil de arrebentar" (Ec 4:12).
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