O que vai volta!
Pregação do dia:
O velho dito sentencioso: “Quando apontamos o dedo contra outrem para acusá-lá, outros três apontam para nós mesmos“.
Ou seja, antes de acusar os outros é preciso olhar para dentro de si mesmo e sondar possíveis culpas internas. É preciso tirar o cisco do próprio olho para depois então poder ver com clareza e sem impedimentos se há cisco no olho do irmão. (Lc 6:41).
Como em um circuito que reflete o seu derredor, e cuja corrente dos condutores elétricos passam de ponta a ponta, o dedo do acusador apontado para outrem reflete tudo o que se passa em seu derredor tanto a corrente do bem quanto a corrente do mal, trazendo de volta para si mesmo aquela carga que atribui aos outros.
Nem tudo se pode atribuir ao Inimigo. Nem toda culpa é dele. Entre os que se dizem irmãos, há uma grande tendência a atribuir ao diabo a culpa por tudo o que acontece sem levar em consideração as próprias brechas que são abertas pelos próprios acusadores do Acusador, como se estivesse trocando de posição com ele.
Somos responsáveis pelos nossos atos e comportamentos. É muito fácil apontar o dedo para o diabo esquecendo que pelo menos três dedos se voltam para nós mesmos. Ele pode se aproveitar de muitas brechas que nós mesmos damos, ou seja, somos responsáveis por tudo desde as brechas. Ele pode usá-las contra nós, mas nós damos legalidade a ele quando abrimos essas brechas.
Até lembra o filme “Advogado do Diabo”, mas a questão aqui é inspirar cada pessoa a buscar aprender a assumir as próprias responsabilidades pelos seus atos sem ficar buscando subterfúgios e acusações externas. Antes de culpar o diabo ou qualquer outra pessoa o que devemos fazer é uma autorreflexão sobre os nossos comportamentos, atitudes, emoções e reações. Se não fosse assim, Deus não nos daria o livre arbítrio.
Em Ezequiel capítulo 18 aprendemos que a responsabilidade é pessoal e intransferível. Se não aprendermos a colocar em prática esse princípio, de que vale fazermos a obra de Deus, termos ministério na igreja, dar aulas nos cursos da igreja etc?
Precisamos orar, sim, contra o inimigo para que não tenha nenhuma influência sobre as nossas vidas e URGE que oremos incessantemente para que Deus seja a única pessoa espiritual a tocar em nós para que assim sejamos abençoados e guardados do maligno.
Quando conseguimos enxergar algum mal dentro de nós mesmos e o assumimos mediante sincero arrependimento, Deus nos abençoa com a libertação definitiva. Precisamos tão somente ser sinceros diante de Deus. Precisamos desenvolver essa consciência da nossa responsabilidade para não apenas ficarmos acusando o acusador, tornando-nis tão acusadores quanto ele.
Precisamos ter “boa consciência para com Deus“ (1 Pe 3:21).
É sobre essa consciência que estou falando, sabendo, e não apenas sabendo, mas reconhecendo tudo que fazemos de bom e de mau. Será que certas pessoas fazem esse exercício de reconhecimento acima das obrigações eclesiásticas? Pois parece que se importam mais com o que as pessoas ao seu redor, no seio da igreja estão vendo elas fazerem, ou seja, mostrando serviço na igreja sob forma de religiosidade em detrimento do verdadeiro agrado a Deus.
Parece que ministros, discípuladores, pastores, que preferem fazer suas próprias vontades estão mais preocupados em mostrar serviço para os outros no meio religioso para darem a impressão de que são bons quando na verdade Jesus diz que não há ninguém bom a não ser Deus (Mc 10:18); parece que pessoas assim não se importam ou não se incomodam ou não se preocupam com o que Deus está vendo que elas estão fazendo.
De que adianta pertencer a uma congregação de justos quando não se comporta como justo? Justo que zela pela justiça de Deus que prima pelo bem-estar do próximo, pela própria reputação diante dos homens, e principalmente pelo autorreconhecimento dos próprios pecados, erros e falhas, livre do agravante da herança da troca de culpabilidade original como fizeram Adão e Eva (Gn 3:13b).
Esse não foi um bom exemplo e não está na Bíblia por acaso! Está ali para nos mostrar uma tendência da humanidade que se deve buscar erradicar em um exercício diário visto que somos pecadores contumazes e estamos sempre dispostos a errar de novo e sempre, e sempre culpando os outros.
Precisamos aprender de Deus a sermos justos de verdade. A hipocrisia não faz parte dos planos de Deus. Se existe alguém assim na igreja, de que adianta estar na igreja? Se não fizermos uma introspecção e enxergarmos dentro de nós mesmos as próprias falhas, assumindo-as e tomando a decisão de nos consertarmos , para que serve estarmos na igreja?
E Jesus naquele dia dirá: “Eu não te conheço!“ (Mt 7:23).
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